PRECISÃO E PACIÊNCIA: Uma jornada no estágio de caçador militar.

ARTIGOS

Assis Martins dos Santos – CEL OE PMAC – CAV 11

11/23/20252 min read

A entrada no BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais) trouxe a oportunidade de participar do Estágio de Caçador Militar, realizado no 6º Batalhão de Infantaria de Selva, em Guajará-Mirim, Rondônia, no ano de 2007. Recém chegados ao BOPE/PMAC, Fomos designados os então Aspirantes Assis e Velásquez, meu canga para essa capacitação, que envolveu uma rigorosa preparação antes do deslocamento para o local do treinamento.

Missão do Caçador Militar

O estágio teve início com a apresentação da missão do Caçador Militar, um especialista em tiro de longa distância cuja atuação é crucial para operações especiais. Entre suas atribuições, destacam-se a execução de missões de reconhecimento e vigilância, além de atuar contra alvos selecionados que possuem valor estratégico. Essa função exige não apenas habilidades técnicas no manuseio de armas, mas também uma compreensão profunda do terreno e das dinâmicas envolvidas nas operações especiais e principalmente em áreas de selva.

DESENVOLVENDO HABILIDADES CRÍTICAS

Durante o treinamento, aprendi que a precisão e a paciência são fundamentais. O processo de esperar o momento certo para executar um tiro, manter a calma sob pressão e mais importante, o foco nos detalhes, define um caçador bem-sucedido. Cada missão exige não apenas habilidades técnicas, mas também um forte controle emocional.

NOITES LONGAS

As noites, moldavam não apenas as habilidades técnicas, mas também o caráter e a resistência física e mental dos caçadores militares. Cada prática, cada simulação, era uma oportunidade de aprendizado. O estrondo das armas, o som do atrito das botas na terra e o farfalhar da roupa de camuflagem se tornaram parte da rotina, um eco constante na mente dos envolvidos.

Aprimoramento do Manuseio e Conhecimento

A instrução abrangia desde o manuseio básico de armas até a operação avançada de equipamentos sofisticados, como miras telescópicas e dispositivos de visão noturna. Os caçadores aprendiam sobre as características balísticas de diferentes munições, o que se traduzia em decisões críticas durante as missões. A teoria se mesclava à prática: cada tiro era uma análise, cada alvo uma lição. O foco não era apenas na precisão, mas também na rápida adaptação a diferentes cenários.

CONFECÇÃO E TESTE DO GHILLIE SUIT

Durante as madrugadas, a confecção do Ghillie Suit se tornava um exercício de paciência e criatividade. Cada detalhe importava; cada fibra, cada padrão de camuflagem era meticulosamente escolhido para maximizar a eficácia do caçador no campo. As manhãs traziam a oportunidade de testar essas peças em situações simuladas, onde a habilidade de se misturar ao ambiente era primordial.

A repetição dos reparos e ajustes se tornava um rito, fortalecendo a relação entre o caçador e seu equipamento. O Ghillie Suit não era apenas uma vestimenta, mas uma extensão do próprio caçador, oferecendo proteção e discrição necessárias para as operações.

(CONTINUA NA PUBLICAÇÃO DIGITAL)..